domingo, 29 de junho de 2014

Estereotipia Vocal


Gritos, mantras, falação, barulhos ... pouco a pouco vão mexendo nos nervos de quem está por perto. Quando menor, o Pedro tinha uma forte estereotipia vocal que ele se entretia com ela o dia inteiro, se não direcionado para outra coisa. Abaixo está a descrição do que fizemos na época.


Aplicamos uma técnica que é voltada para o auto-controle da estereotipia, primeiro ponto foi ensiná-lo que ele comanda a estereotipia e não a estereotipia comanda ele.

Segundo os especialistas de comportamento, quando o Pedro entra na estereotipia vocal é como se ele ligasse um video-game na cabeca, o que é muito mais divertido (para ele) do que qualquer outra interação.


Na prática: Dentro da sessão de ABA nós estipulamos um trial só para redirecionar esse comportamento, o Pedro podia escolher a atividade e a cada 5 segundos a terapeuta premiava ele por "quiet mouth" (boca quieta), nos usamos o fichas e quando ele conquistava 5 ficha podia brincar no jardim.


Quando ele entendeu que ELE tinha o poder sobre a estereotipia vocal nós fizemos um cartão com um lado vermelho (No  ruído – Sem  barulho) e outro lado verde (ruído é ok).  Então durante a sessão de terapia, enquanto ele estava trabalhando, se ele fizesse a estereotipia vocal a terapeuta mostrava o cartão do lado vermelho e dizia "sem barulho", quando ele estava nos seus momentos livres que são o reforço dele a terapeuta mostrava o cartão verde e dizia "agora barulho é OK".
Quando ele entendeu bem - nós coletamos dados em quantas vezes por sessão era necessário redirecionar estereotipia vocal quando no cartão vermelho e quando chegamos a 10 vezes em 2 horas e meia - colocamos o cartão na parede, do lado vermelho quando ele está trabalhando e do lado verde quando ele está em "reinforcer time" e se a terapeuta precisa redirecionar ela só aponta para o cartão na parede.

Eu tinha um na cozinha também que eu coloquei para as refeições.

Ele entendeu tão bem que algumas vezes, dentro da sessão, a terapeuta esquecia de virar para o lado vermelho na hora do "trabalho" e ele mesmo ia na parede e virava.


Ele generalizou para outras situações também, quando estamos em público eu só redireciono dizendo "no ruído" e ele sabe que tem que controlar o barulho.


Eu tento não ser pentelha e redirecionar a todo o tempo, eu só redirecino quando não pode mesmo, se ele esta num parque, na piscina, que dê os gritinhos que quiser, mas se é uma sala de espera, tem que ficar com a boca quieta.


As outras teorias, RDI e Son Rise, dizem que quanto mais ele estiver envolvido em outras coisas, menos estará engajado nas estereotipias, isso é verdade, mas às vezes temos que usar do ABA para engajá-los.


O RDI pede que você não redirecione a estereotipia e sim a atenção da criança, outra maneira seria se quando a criança começasse com uma estereotipia o adulto redirecionar a atenção da criança para alguma atividade que fosse incompatível com o movimento que ela está fazendo.

Então com a estereotipia vocal, seria fazê-lo respirar fundo, cantar lalala ou qualquer outra coisa que fosse impossível fazer simultâneo aos mantras e gritos.


Outras estratégias para auto-cntrole:
Labels: ABAEstereotipia
Wednesday, September 12, 2012

fonte: http://umavozparaoautismo.blogspot.com.br/search/label/Estereotipia

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