domingo, 13 de março de 2016

O comportamento autista é como um iceberg: o que está fora é só a ponta do problema.

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“E então sua vida era tranquila e tudo, ou quase, corria às ‘mil maravilhas’.
E o diagnóstico de Autismo jogou seus sonhos para o alto, provocando um gigantesco tsunami emocional, que varreu a calmaria para longe e fez com que você perdesse o chão e a esperança.
E ao diagnóstico, seguiram-se noites em claro, olhos inchados de tanto chorar, medo do futuro, medo do preconceito, medo da rejeição… MEDO, MEDO, MUITO MEDO!!!
E você achou, sinceramente, que era o FIM, que não havia mais como prosseguir ou acreditar no amanhã.
Mas, novamente, o destino surpreende e você tira forças de onde sequer imaginava possuir e luta, com garra, determinação e fé em dias melhores.
Através da busca incessante por informações, em pouco tempo, você se torna um especialista em identificar os sintomas iniciais do autismo. Além de especialista, você também se transforma em um “chato”, pois este é um dos poucos assuntos (se não for o único !) que você passa a conversar.
Barreiras iniciais vencidas! Seu filho já imita, aponta, tem atenção compartilhada e a cada dia apresenta uma melhora visível (sem trocadilhos) no contato ocular.
Hora de comemorar! De comemorar, mas não de descansar… a primeira batalha foi vencida, mas a guerra está longe do fim.
Investir na comunicação é o próximo passo. Balbucios ininteligíveis aos ouvidos de qualquer um soam como um verdadeiro “discurso de formatura” para você, pois é claro que você se especializou em entender TUDO ou, na verdade, o POUCO que seu filho fala.
Seus ouvidos foram habilmente treinados para traduzir e interpretar o mais vago som, seja este qual for. Por outro lado, se seu filho ainda não é verbal, você investe na comunicação alternativa. Mergulha neste universo e domina por completo o assunto.
Outra etapa vencida?

Então será que agora é hora de descansar? Ledo engano! O futuro nos atormenta… Afinal, não viveremos para sempre…
Desta forma, a necessidade de aquisição de autonomia se agiganta, pois eles precisam aprender a realizar inúmeras tarefas sozinhos. As chamadas AVDs (Atividades da Vida Diária) requerem tempo, paciência e muita dedicação das famílias. Não é uma tarefa fácil treiná-los nestas atividades, mas afinal o que, no treinamento de pessoas autistas, é fácil?
Quando esta etapa for conquistada, ainda enfrentaremos a briga (que parece ser ETERNA!) pelo direito à educação, seja ela em escola especial ou através da inclusão no sistema regular de ensino.
Mais uma fase que vai e outra que chega: a adolescência.
Uma grande amiga me disse, há muitos anos, a seguinte frase: “autismo na infância é lua de mel. Autismo na adolescência é lua de fel”.
Todos sabemos que esta é uma fase delicada, pois os hormônios da adolescência podem ser enlouquecedores para qualquer família. Imagine então para nós e para nossos filhos, que já sofrem constantemente com várias questões como: instabilidade de humor e intolerância à frustração.
Mas não tenho dúvidas de que, mais uma vez, até mesmo neste momento, você criará uma estratégia para vencer mais esta intempérie causada pela dobradinha autismo+adolescência.
E outras, e outras, e outras fases virão, sucedendo umas às outras, nos colocando à prova a todo instante.
Como qualquer outra criança ou jovem, nossos filhos passarão por várias fases.
E é óbvio que no caso de nossos filhos, estas fases terão o autismo como agravante e as dificuldades que enfrentaremos serão infinitamente maiores e mais significativas do que as dificuldades que os pais de crianças neurotípicas enfrentarão.
Mas então, em um dado momento, você vai olhar para trás e se lembrar do dia em que teve o diagnóstico e achou que sua vida e de sua família havia acabado. Este momento lhe parecerá, ao mesmo tempo, tão distante e tão familiar…
Você perceberá que, apesar de todas as inúmeras vicissitudes, você SEMPRE encontrou e encontrará FORÇAS para seguir adiante. Você encontrou forças no imenso AMOR que sente por ele, para ele e com ele. E compreenderá, afinal, que o diagnóstico foi só a ponta do iceberg… ”.
 Quando há agressividade ou “birra”, a maioria das pessoas acabam julgando os autistas como pessoas sem educação ou sem limites. Mal elas imaginam que esse comportamento é um mínimo que está sendo externado. Por dentro dos autistas está acontecendo inúmeros desconfortos e dores. O comportamento inadequado pode ocorrer por algo que aconteceu no passado e só foi digerido posteriormente.
fonte: http://www.mundoazul.org.br/noticia/noticias.php?id=656

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