quinta-feira, 18 de novembro de 2010

10 COISAS QUE TODA CRIANÇA COM AUTISMO GOSTARIA QUE VC SOUBESSE

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cientistas brasileiros consertam ‘neurônio autista’ em laboratório

muotri 620 Cientistas brasileiros consertam neurônio autista em laboratório
“É possível reverter neurônio autista para um estado
normal, ou seja, o estado autista não é permanente”,diz Alysson Muotri
(Foto: cortesia UC San Diego)
O biólogo molecular Alysson Muotri e cientistas brasileiros conseguiram transformar neurônios de portadores de um tipo de autismo conhecido como Síndrome de Rett em células saudáveis. Trabalhando nos Estados Unidos, os pesquisadores mostraram, pela primeira vez, que é possível reverter os efeitos da doença no nível neuronal, porém os remédios testados no experimento, realizado em laborátorio, ainda não podem ser usados em pessoas com segurança.
Muotri, pós-doutor em neurociência e células-tronco no Instituto Salk de Pesquisas Biológicas (EUA) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, trabalhou com os também brasileiros Cassiano Carromeu e Carol Marchetto. O estudo sai na edição de sexta-feira (12) da revista científica internacional “Cell”.
Para analisar diferenças entre os neurônios, a equipe fez uma biópsia de pele de pacientes autistas e de pessoas sem a condição. Depois, reprogramou as células da pele em células de pluripotência induzida (iPS) – idênticas às células-tronco embrionárias, mas não extraídas de embriões. “Pluripotência” é a capacidade de toda célula-tronco de se especializar, ou diferenciar, em qualquer célula do corpo.
A reprogramação genética de células adultas é feita por meio da introdução de genes. Eles funcionam como um software que reformata as células, deixando-as como se fossem de um embrião. Assim, as iPS também podem dar origem a células de todos os tipos, o que inclui neurônios.
Como os genomas dessas iPS vieram tanto de portadores de autismo como de não portadores, no final o trio de cientistas obteve neurônios autistas e neurônios saudáveis.
Comparação, conserto e limitações
Comparando os dois tipos, o grupo verificou que o núcleo dos neurônios autistas e o número de “espinhas”, as ramificações que atuam nas sinapses – contato entre neurônios, onde ocorre a transmissão de impulsos nervosos de uma célula para outra – é menor.
Identificados os defeitos, o trio experimentou duas drogas para “consertar” os neurônios autistas: fator de crescimento insulínico tipo 1 (IGF-1, na sigla em inglês) e gentamicina. Tanto com uma substância quanto com a outra, os neurônios autistas passaram a se comportar como se fossem normais.
“É possível reverter neurônios autistas para um estado normal, ou seja, o estado autista não é permanente”, diz Muotri, que escreve no blog Espiral. “Isso é fantástico, traz a esperança de que a cura é possível. Além disso, ao usamos neurônios semelhantes aos embrionários, mostramos que dá para fazer isso antes de os sintomas aparecerem.”
Os resultados promissores, porém, configuram o que é chamado no meio científico de “prova de princípio”. “Mostramos que a síndrome pode ser revertida. Mas reverter um cérebro inteiro, já formado, vai com certeza ser bem mais complexo do que fazer isso com neurônios numa placa de petri [recipiente usado em laboratório para o cultivo de micro-organismos]”, explica o pesquisador.
Entre as barreiras que impedem a aplicação prática imediata da descoberta está a incapacidade do IGF-1 de chegar ao alvo. “O fator, quando administrado via oral ou pela veia, acaba indo muito pouco ao cérebro. Existe uma barreira [hematocefálica] que proteje o cérebro, filtrando ingredientes essenciais e evitando um ataque viral, por exemplo. O IGF-1 é uma molécula grande, que acaba sendo filtrada por essa barreira”, afirma Muotri. “Temos de alterar quimicamente o IGF-1 para deixá-lo mais penetrante.” Além disso, tanto o fator quanto a gentamicina são drogas não específicas, portanto causariam efeitos colaterais tóxicos se aplicadas em tratamentos com humanos.
Síndrome de Rett
O foco do estudo foi a chamada Síndrome de Rett, uma doença neurológica que faz parte do leque dos autismos. “Leque” porque o autismo não é uma doença única, mas um grupo de diversas enfermidades que têm em comum duas características bastante conhecidas: deficiências no contato social e comportamento repetitivo.
No caso dos portadores de Rett, há um desenvolvimento normal até algo em torno de seis meses a um ano e meio de idade. Mas então começa uma regressão. Além das características autistas típicas, neste caso bem acentuadas, eles vão perdendo coordenação motora e rigidez muscular.
Essa síndrome foi escolhida para o trabalho de Muotri, Carromeu e Marchetto porque tem uma causa genética clara – mutações no gene MeCP2 – e porque afeta os neurônios de forma mais acentuada, facilitando comparações e verificações de reversão.
“Talvez a implicação mais importante desse nosso trabalho é o fato de que os neurônios derivados de pessoas com autismo mostraram alterações independentemente de outros fatores. Isso indica que o defeito foi autônomo. Por isso, esse dado deve contribuir para reduzir o estigma associado a doenças mentais”, comemora Muotri. “Você não fica autista porque sua mãe não te deu o amor necessário ou porque seus pais foram ruins.”
Utilidade das iPS
Lygia da Veiga Pereira, doutora em Ciências Biomédicas e chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE) da USP, saudou a pesquisa: “É mais um trabalho que mostra a enorme utilidade das células iPS, não como fonte de tecido para terapia celular, mas como modelo para pesquisa básica, para entender os mecanismos moleculares por trás de diferentes doenças que tenham forte base genética.”
Lygia faz uma ressalva sobre as características muito específicas da Síndrome de Rett. Como a disfunção é exclusivamente associada a uma mutação genética, ficam de fora os fatores ambientais que desencadeiam o autismo.
Ainda segundo a especialista, os resultados obtidos por Muotri também realçam “o que brasileiros podem fazer trabalhando com infraestrutura e agilidade para conseguir reagentes, por exemplo, e interagindo com uma comunidade científica de grande massa crítica”.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Metas para a criança no estágio de Interesses Próprios

Mantenha seu filho ligado em interações divertidas com você, usando Brincadeiras com Gente do tipo corporal Interação é a meta mais importante se o seu filho está no estágio de Interesses Próprios. Você quer que ele descubra o quanto pode se divertir com você e quanta influência pode exercer quando se comunica diretamente com você. Ajude seu filho neste estágio a descobrir a alegria de estar com você, juntando-se a ele nas coisas que ele gosta de fazer. Criança não interage com seus pais com muita freqüência. Para manter uma interação com a criança, seus pais precisam se aproveitar de coisas que ela gosta de fazer – como pular quando fica animada. A mãe ajuda criança a descobrir que é mais divertido pular com a mamãe do que pular sozinha.
Ana Paula Cardoso

Dê ao seu filho um motivo para se comunicar e então espere

É tentador colocar tudo o que seu filho precisa ao alcance dele: os brinquedos
preferidos na prateleira mais baixa ou a comida predileta na beira do balcão da
cozinha. Mas se ele não enfrentar nenhuma dificuldade para conseguir o que quer,
também não terá razões para se comunicar. Você precisa arquitetar situações para
incentivar a comunicação.
As seguintes sugestões* ajudarão você a montar situações para induzir seu filho a
interagir e se comunicar por diversas razões – pedir, recusar, cumprimentar, comentar
e fazer escolhas. Estas sugestões servem para crianças de todas as idades.

Maneiras seu filho pedir
* Ponha as coisas preferidas dele à vista, mas fora do alcance
* Ponha a comida preferida do seu filho em uma prateleira alta ou em cima do
balcão onde ele possa ver, mas não possa pegar
* Ponha o brinquedo ou o vídeo preferido do seu filho em uma prateleira que está
fora do alcance, mas dentro do campo de visão.


Ana Paula Cardoso

O Autismo - Comunicar-se por Novos Motivos






comunicar-se por novos motivos
Se o seu filho ainda não se comunica intencionalmente, você pode tentar transformar
o que ele está fazendo em comunicação intencional. Se ele está tentando alcançar os
brinquedos por conta própria, ensine-o a pedir ajuda para pegar o brinquedo. Assim
que conseguir fazer alguns pedidos, incentive-o a fazer mais. Se ele só pede biscoitos
ou só pede para ser pego no colo, arme situações onde possa pedir por vários brinquedos,
comidas e atividades. Depois, ajude-o a avançar, criando oportunidades de se comunicar por outras
razões: além de responder uma pergunta ou dizer “Oi”. Assim que ele dominar essas
novas habilidades de comunicação, crie mais situações nas quais possa praticá-las.

Ana Paula Cardoso