sexta-feira, 27 de abril de 2012

Como ser Amigo de Alguém com Autismo/Asperger


Como ser Amigo de Alguém com Autismo/Asperger
Muitas pessoas acreditam que a pessoa com autismo e síndrome de asperger são pessoas que não gostam de se socializarem, um grande erro. O que eles precisam na maioria das vezes são de pessoas que o conheçam verdadeiramente. Segue algumas dicas para você que conhece, gosta, mas sente dificuldade de estabelecer um vínculo e para você que não conhece, fic...a a dica para quando tiver esse prazer!!


o Tome a iniciativa para incluí-lo (a) - Seu amigo pode querer
desesperadamente ser incluído e pode não saber como pedir isto. Seja
específico sobre o que você quer que ele faça
o Encontre Interesses Comuns - Será muito mais fácil se você falar ou
compartilhar algo que vocês gostem (filmes, esportes,música, livros, TV,
shows, etc.).
Seja Persistente e Paciente - Lembre-se que seu amigo com autismo pode
precisar de mais tempo para responder do que outra pessoa. Isso não
significa que ele não esteja interessado.
o Comunique-se Claramente - Falar a uma velocidade e volume razoáveis.
Usar pequenas frases também pode ser útil . Use gestos, figuras, expressões
faciais para ajudar a se comunicar. Fale literalmente - não use figuras que
confundam. Ele pode responder sinceramente "o céu" quando você pergunta
"Está tudo em cima?"
Proporcione a ele bons momentos - Estimule-o a experimentar coisas novas porque às vezes ele pode ter medo de
tentar coisas novas.
o Proteja-o (a) - Se você vir alguém molestando ou intimidando o amigo com
autismo, proteja-o e diga à pessoa que isso não é legal.
o Lembre-se da Sensibilidade Sensorial - Seu amigo pode ficar muito
desconfortável em situações ou lugares (cheios, barulhentos, etc..) Pergunte
se ele está bem. Às vezes seu amigo precisa de uma pausa.
o Dê a ele um Retorno - Se seu amigo com autismo está fazendo algo
inapropriado, diga a ele gentilmente. Esteja certo de dizer também quando ele
faz algo certo porque ele pode não saber.
Não o infantilize - Trate-o como alguém e fale com ele como se fosse outro de seus amigos Não seja
demasiado formal e não fale com ele como se ele fosse um garotinh
Informe-se - sobre a sua deficiência. Leia algumas coisas na internet ou peça a
um professor ou um orientador sobre os livros
Respeite-o - Não o ignore mesmo se você acha que ele não percebe você
o Não tenha Medo - Seu amigo é uma pessoa qualquer que precisa apenas de uma
ajudazinha. Aceitar estas diferenças e respeitar suas dificuldades como você
gostaria que fizessem com qualquer outro
amigo.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Falta de sociabilidade está ligada a alteração genética, diz estudo


Uma pesquisa brasileira identificou uma alteração genética que pode ser a responsável pela dificuldade que os autistas têm na interação social. O conhecimento mais detalhado do mecanismo genético do problema leva à esperança de novos tratamentos no futuro.
As equipes de Alysson Muotri, brasileiro que trabalha na Universidade da Califórnia, em San Diego, nos EUA, e Maria Rita dos Passos Bueno, na Universidade de São Paulo (USP) descobriram uma translocação, um tipo de anomalia no material genético.
Parte dos genes que normalmente ficam no cromossomo 3 trocam de lugar com os do cromossomo 11. Nos casos estudados, essa mudança acontece tanto com os portadores da síndrome de Rett – que é provocada por uma mutação em um gene específico e traz outros sintomas, como danos às funções motoras – quanto nos que têm autismo clássico – uma forma em que as crianças têm dificuldades de socialização, mas não há uma mutação genética definida que o cause.
“Como a gente vê que [as alterações genéticas] estão tanto na síndrome de Rett quanto no autismo clássico, possivelmente essas alterações não estão envolvidas com a parte motora, mas estão envolvidas com a parte social e de linguagem”, explicou Alysson Muotri, que também é colunista do G1.
Tanto a síndrome de Rett quanto o autismo clássico fazem parte das doenças do espectro autista. São vários males diferentes que provocam dificuldades no aprendizado da linguagem e da interação social, que variam em relação à intensidade, entre outros fatores.
Síndrome de Williams
Para confirmar a descoberta, os pesquisadores estão comparando os autistas a portadores da síndrome de Williams. Esse distúrbio é, de certa forma, o contrário do autismo, pois os pacientes são pessoas “supersociais”.
“Tem alguma coisa no cérebro deles que os atrai aos estranhos. É o grande problema social que eles têm, porque são fáceis de enganar e acabam se metendo em encrenca”, resumiu Muotri, sobre a síndrome de Williams.
Os dados iniciais mostram que as síndromes são opostas também na genética. “A síndrome de Williams é uma deleção que remove tipo 25 genes do genoma; se você duplica essa região, você tem o autismo, se você tira essa região, tem síndrome de Williams”, afirmou.
Os dados apresentados no congresso “Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista”, da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) ainda são preliminares.
Muotri disse que a pesquisa está em fase de confirmação antes de ser publicada em alguma revista científica. “A gente fez com alguns pacientes e tem que fazer com mais alguns para ter mais certeza”, contou.
 

Autismo nos EUA cresce 77% em 12 anos

O número de crianças com autismo aumentou 77% nos últimos 12 anos, nos Estados Unidos. Uma em cada 88 crianças tem um distúrbio que afeta a capacidade de comunicação e de estabelecer relações sociais. O aumento é explicado em parte pela deteção mais eficaz da síndrome, mas os especialistas dizem que isso não explica tudo e que para já não têm respostas.

Ao longo dos anos, os investigadores descobriram muitos genes relacionados com o distúrbio que afeta o desenvolvimento normal da inteligência, mas o papel da genética no problema é só parte da equação. Nos Estados Unidos são hoje mais de um milhão as crianças autistas, uma verdadeira epidemia dizem vozes da comunidade científica que tenta encontrar explicações.

É importante diagnosticar o autismo o mais cedo possível para iniciar a terapia adequada. O rastreio deve ser feito a partir do ano e meio de idade, até aos dois anos o mais tardar. E esta é uma regra que deve ser aplicada a todas as crianças, mesmo que não apresentem sinais de autismo, aconselham os especialistas.


Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/autismo-eua-autista-autistas-tvi24/1337499-4073.html

Casa da Esperança é referência no tratamento Autismo


A Casa da Esperança atende cerca de 400 autistas, que lá recebem acompanhamento multidisciplinarUm distúrbio que se manifesta precocemente e afeta as habilidades de comunicação, comportamento e interação social. Resumidamente, essa é a descrição do autismo, que, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge em média uma em cada 100 pessoas nascidas no mundo. Apesar de ser cada vez mais estudado, o distúrbio é pouco conhecido pela sociedade. O que muitos também não sabem é que em Fortaleza se localiza uma entidade que é referência nacional no tratamento de autistas: a Casa da Esperança, no bairro Água Fria.

Com a proximidade do Dia Mundial de Consciência sobre o Autismo (2 de abril), a instituição está realizando atividades no intuito de difundir o conhecimento sobre o assunto e diminuir o preconceito ainda existente. “O principal objetivo é trazer conscientização, para que as pessoas saibam o que é autismo. Existem muitas coisas maravilhosas que eles (autistas) são capazes de entregar para a sociedade”, diz o presidente da casa, Alexandre Costa e Silva.

A instituição foi fundada em 1993 pela médica Fátima Dourado, atual diretora clínica da entidade e mãe de filhos autistas. Atualmente, o lugar atende cerca de 400 autistas, que lá recebem acompanhamento multidisciplinar. “Nossa tentativa é cobrir todos os problemas relativos ao autismo”, explica Alexandre Costa e Silva.

Uma vez diagnosticados, os pacientes são encaminhados para um dos quatro programas de tratamento. Na intervenção precoce, são atendidas crianças com suspeita de autismo, a fim de acompanhar o crescimento e minimizar os problemas. No programa educacional, o objetivo é trabalhar a relação entre o paciente e sua escola.

O terceiro grupo é formado principalmente por adolescentes, com grau de autismo mais avançado. Nesse caso, o tratamento é baseado especialmente em terapias ocupacionais. Já o quarto programa incentiva a inserção no mercado de trabalho, descobrindo as habilidades dos pacientes e encaminhando-os para empresas públicas e privadas. Há também acompanhamento com as famílias.

Comportamento
Há oito anos, a dona de casa Maria das Graças traz o filho de 22 anos diariamente à Casa da Esperança e diz que o comportamento e a interação dele com as pessoas melhoraram bastante. De fato, o jovem Daniel Andrade é cativante. Ele se diz fã de televisão e demonstra um conhecimento impressionante sobre teledramaturgia. Diz que gostaria de fazer um remake da novela Terra Nostra, colocando seus personagens preferidos. E não para por aí: “Aprendi aqui inglês, português e matemática”, cita. 


Fonte:http://www.opovo.com.br/app/opovo/fortaleza/2012/03/31/noticiasjornalfortaleza,2812380/casa-da-esperanca-e-referencia-no-tratamento.shtml

Três novos estudos fora publicados nos Estados Unidos pela revista especializada Nature.
Rio de Janeiro — Os pais têm quatro vezes mais chance que as mães de transmitir aos filhos genes com alterações que poderão resultar no desenvolvimento de autismo, e, quanto mais velhos são, maior o risco. Além disso, a área do cérebro onde ocorrem as falhas genéticas podem elevar o risco de surgimento desta disfunção — que pode ser causada por centenas ou até milhares de genes. Estas foram algumas das descobertas de três novos estudos americanos, que analisaram, ao todo, o genoma de 549 famílias, e cujos resultados foram publicados pela revista especializada “Nature”.
No estudo liderado por Evan Eichler, da Universidade de Washington, foram analisados os DNAs de 209 crianças autistas e seus pais. Em alguns casos, estudou-se também o genoma de irmãos que não apresentavam o problema. Os cientistas queriam saber se as falhas genéticas espontâneas que elevam o risco de autismo se originavam nas células sexuais masculinas ou femininas. Descobriram que as mutações ocorriam quatro vezes mais nos espermatozoides, e que, nos homens mais velhos, as alterações eram mais frequentes.
Uma provável razão para isso, segundo Joseph Buxbaum, diretor do Centro de Autismo Seaver e da Escola de Medicina Monte Sinai, em Nova York, é que o homem produz esperma todos os dias, o que eleva a chance de ocorrerem erros no código genético que podem ser transmitidos a seus descendentes.
— Isto nos mostra que a produção de esperma é um processo imperfeito, e basicamente conduzido pela idade do pai, o que faz sentido. À medida em que você envelhece, há mais e mais probabilidade de surgirem problemas — disse Buxbaum à agência Reuters.
Ainda segundo o especialista, esta constatação comprova outras pesquisas segundo as quais homens mais velhos têm maior risco de gerar uma criança que desenvolverá autismo.
Os outros estudos foram conduzidos por Mark Daly, do Instituto Broad, de Havard, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e Matthew State, codiretor do Programa de Neurogenética da Universidade de Yale. Juntos, os três trabalhos identificaram algumas centenas de genes suspeitos.
As descobertas mostraram ainda que mutações ocorridas na parte do DNA onde as proteínas são programadas teriam um papel importante na desordem: nestes casos, o risco de desenvolver autismo é elevado entre cinco e 20 vezes. Erros genéticos podem ocorrer em qualquer área, mas causam problemas mais graves quando afetam partes do genoma necessárias ao desenvolvimento do cérebro.
— Estes resultados mostram que não é o tamanho da anomalia genética que define o risco, mas sim sua localização — afirmou ao jornal britânico “The Telegraph” Thomas Insel, diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental americano, um dos Institutos Nacionais de Saúde, que financiou um dos trabalhos.
Muitos dos pesquisadores integram o Sequenciamento Colaborativo do Autismo, o maior projeto dedicado a usar esta tecnologia para identificar os pilares genéticos do problema. O autismo engloba um amplo espectro de desordens, que vão de profunda inabilidade para se comunicar e retardo mental a sintomas relativamente leves, como na Síndrome de Asperger.
Nos Estados Unidos, uma em cada 88 crianças têm autismo, segundo estimativa dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. No Brasil, não existem dados oficiais, segundo a neuropsicóloga Roberta de Sousa Marcello, especializada em saúde mental e desenvolvimento pela Santa Casa de Misericórdia, em terapia cognitivo-comportamental pela Uerj e coordenadora do Instituto Priorit, que atende crianças com esta condição. Mas, estudos estão em desenvolvimento, e acredita-se que, de cada 100 ou 150 nascidos, um desenvolva autismo. Embora os cientistas acreditem que a causa da desordem é entre 80% e 90% relacionada a falhas genéticas, na maioria dos casos não é possível traçar uma causa hereditária.
Estudos anteriores já haviam mostrado que dezenas de genes poderiam elevar o risco de autismo. Mas as causas genéticas explicam apenas 10% dos casos, e trabalhos recentes, a exemplo do realizado agora pela Universidade de Washington, mostram que fatores ambientais, surgidos provavelmente durante a concepção, também são um potencial gatilho para a disfunção.
— Os fatores causais estão sendo bem estudados ultimamente. Quando falamos de genética, falamos de causas hereditárias e não hereditárias em que o ambiente e situações relacionadas podem interferir e causar mutações genéticas em fases cruciais do desenvolvimento do indivíduo, desde sua gestação até a primeira infância — explica Roberta. — Alguns fatores que podem estar relacionados ao autismo são idade dos pais, infecções, uso de substâncias tóxicas e medicações inadequadas durante a gestação, estresse intenso e prematuridade. Qualquer fator que afetar o desenvolvimento e o amadurecimento do sistema nervoso pode predispor o quadro.
Joseph Buxbaum diz que os resultados dos novos estudos combinados sugerem que entre 600 e 1.200 genes podem elevar o risco de desenvolvimento de autismo. A estratégia, daqui para a frente, é identificar as redes em que eles interagem no cérebro, para, a partir destas informações, desenvolver novos tratamentos:
— Temos agora uma boa noção do grande número de genes envolvidos no autismo.
Para os pesquisadores que participaram dos trabalhos, eles apenas arranham a superfície do que ainda será preciso descobrir para entender as causas genéticas do autismo. Mas a abordagem baseada no sequenciamento das mudanças que ocorrem na região onde os genes codificam as proteínas parece ser a melhor alternativa no momento.
— Antes do advento da tecnologia de sequenciamento do DNA, procurávamos no escuro pelos genes do autismo — diz Matthew State, da Univerisdade de Yale. — Agora, temos uma ideia clara do quadro genético e finalmente contamos com ferramentas para encontrar uma grande quantidade dos muitos genes que contribuem para o autismo.