sexta-feira, 24 de junho de 2011

INTEGRAÇÃO SENSORIAL - Terapia Ocupacional (T.O)

Na intervenção com a integração sensorial as experiências tácteis são componentes essenciais, sendo a pressão profunda a primeira organização deste sistema. Materiais que promovem pressão profunda são por exemplo, almofadas pesadas, travesseiros largos, sacos com areia com diferentes pesos e escovas.
Deve também existir materiais que providenciem à criança o contacto com diferentes texturas e com materiais quentes e frios. Para tal materiais como, barris revestidos com diferentes tipos de carpetes, lençóis de flanela, cobertores, mantas, cremes, recipientes com areia, recipientes com arroz, recipientes com feijões, com água a diferentes temperaturas, amostras de roupas, objectos que proporcionem vibração, etc. devem estar presentes.
No inicio do processo de intervenção os pais e/ou cuidadores devem fazer parte deste, auxiliando o terapeuta a perceber quais as rotinas e pontos fortes da criança, visto que esta intervenção é delineada tendo em conta os pontos fortes da criança como forma de colmatar as suas dificuldades.

As crianças com PEA ( Perturbação de Espectro Autista) apresentam problemas na organização e interpretação da informação sensorial, não conseguindo perceber e registar os estímulos sensoriais, o que impede o processamento correto da informação podendo resultar em situações de Hiperesponsividade ou de Hiporresponsividade, ficando assim, todo o processo de integração Sensorial comprometido. Desta forma, o T.O tendo em conta que o Sistema Nervoso Central (SNC) apresenta plasticidade (capacidade das estruturas do cérebro serem modificadas ou se modificarem), irá durante as sessões de Integração Sensorial, oferecer à criança, através de atividades, o uso repetido de estímulos sensoriais (proprioceptivos, vestibulares, tácteis) que irão promover mudanças no cérebro que proporcionarão uma organização do SNC assegurando o processamento correcto da informação sensorial inerente às atividades proporcionando uma resposta correcta ao estímulo apresentado. Quando esta terapia é bem sucedida pode desenvolver competências de atenção, concentração, audição, compreensão, equilíbrio e controlo da impulsividade. É necessário ter em conta que esta intervenção não irá directamente proporcionar à criança a aquisição de competências de um nível superior mas será a base necessária para que estas habilidades mais elaboradas se desenvolvam, como por exemplo a aprendizagem. Os pais das crianças com autismo e os seus filhos enfrentam desafios muito grandes para encontrar rotinas, experiências e atividades que proporcionarão satisfação e sucesso no dia-a-dia. Assim é necessário que os pais destas crianças sejam capazes de perceber a forma como a criança processa a informação sensorial, para poderem antecipar respostas da criança, evitar angústias e integrar nas rotinas diárias da família atividades baseadas no processamento sensorial e atividades que incluam planeamento motor. Uma outra lacuna de crianças com autismo é a fraca interação destas com a comunidade que as rodeia. Assim torna-se também importante incorporar a integração sensorial nestes diferentes contextos, porém, tal torna-se extremamente difícil visto que são espaços menos controláveis e menos previsíveis. Deve então ser delineado um plano para indivíduos com autismo que levem à seleção das actividades e ambientes mais desejáveis e desenvolver estratégias para lidar com situações que são inevitáveis e que podem causar desconforto e confusão ao indivíduo com autismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário